Terapia intravenosa

as primeiras atribuições dos enfermeiros no Brasil (1916-1943)

Autores

  • Ricardo Quintão Vieira
  • Telma Christina do Campo Silva
  • Kelly Onaga Jahana
  • Dafna Maida Pardo
  • Fabricio de Jesus Gimenez

Palavras-chave:

História da Enfermagem, Infusões Intravenosas, Cuidados de Enfermagem, Relações Médico-Enfermeiro

Resumo

Introdução: Para a consolidação da terapia intravenosa no Brasil, houve a necessidade de médicos e enfermeiros desenvolverem técnicas específicas, porém divergentes de atribuições, o que criou uma relação dialética de trabalho. Objetivo: Descrever as primeiras atribuições dos enfermeiros em terapia intravenosa no Brasil. Método: Pesquisa qualitativa, documental e histórica por meio de livros publicados no Brasil, escritos por médicos e enfermeiros, com recorte temporal compreendido entre os anos de 1916 a 1943. As atribuições profissionais foram analisadas sob a ótica do materialismo histórico e dialético. Resultados: Descreveram-se conceitos, atribuições profissionais, materiais, técnicas e cuidados de enfermagem, convergentes e divergentes entre si. Houve riqueza de detalhamento nos conhecimentos técnicos esperados dos enfermeiros: preparo, punção, organização de materiais e instrumentos, vigilância e administração de medicamentos. Conclusão: A construção da terapia de enfermagem intravenosa no Brasil, considerada como prática social do cuidado, consistiu em atender tecnicamente às prescrições médicas com segurança e rigor. As atribuições foram conflituosas, pois os próprios enfermeiros restringiram a sua prática, seja por respeito ou receio do médico.

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Arquivos adicionais

Publicado

25-10-2020

Como Citar

Vieira, R. Q., Silva, T. C. do C., Jahana, K. O., Pardo, D. M., & Gimenez, F. de J. (2020). Terapia intravenosa: as primeiras atribuições dos enfermeiros no Brasil (1916-1943). História Da Enfermagem: Revista Eletrônica (HERE), 11(2), 1–11. Recuperado de https://aben.emnuvens.com.br/here/article/view/78

Edição

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